quarta-feira, 27 de julho de 2011

Você tem fome de quê?

"Trabalhadores de Cultura é Hora de Perder a Paciência!" Nesses tempos em que a inteligência do nosso povo some a cada dia, por um sistema corrupto que investe em ignorância para se manter no poder, nesses tempos em que as políticas públicas para a cultura em Natal e no Rio Grande do Norte vão de zero a pior, nesses tempos primitivos, Neandertais, fiquei feliz de receber esse email da cumadre Monique Oliveira e ver que o artista brasileiro é subversivo na maneira como se faz e se pensa arte! arte contra o sistema! arte contra a tv, arte contra o consumismo, arte contracultura! 

O Grupo Pau e Lata chegou ontem a capital paulista e juntou-se ao movimento de ocupação na Funarte, participando da progração paralela.




Artistas de São Paulo invadem a Funarte (25/07/2011)
Artistas de vários seguimentos se reuniram no centro de São Paulo, precisamente em frente a FUNARTE, por volta das 13h, desta segunda-feira, 25 e deram inicio a uma grande manifestação de reivindicação por políticas públicas pelo Ministério da Cultura.
Manifestação de várias categorias
Com o grito “Trabalhadores da Cultura é hora de perder a paciência” a militância luta por 2% dos repasses da verba da união pra cultura, publicação de editais pras artes públicas de rua e o pagamentos dos prêmios em atraso.
Artistas decidem manter ocupação da Funarte e organizam programação paralela (27/07/11)
Os militantes ligados a coletivos artísticos que ocuparam a sede da Funarte (Fundação Nacional de Arte), órgão do Ministério da Cultura (MinC), no centro de São Paulo, na tarde de ontem (25) decidiram continuar no local pelo menos até amanhã. Uma nova plenária será realizada nesta quarta-feira (26) de manhã para decidir os rumos da ocupação.
Os trabalhadores protestam contra a política cultural do governo federal, exigem a votação das PECs (Proposta de Emenda à Constituição) 236 e 150 que tramitam no Congresso e defendem o descontingenciamento do orçamento da pasta. Segundo Luciano Carvalho, integrante do coletivo teatral Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes, que atua na periferia da zona leste de São Paulo, há cerca de 300 pessoas na ocupação, mas o número deve aumentar durante a noite.
As apresentações que estavam previstas foram suspensas, e os manifestantes organizaram uma programação paralela no espaço. Os coletivos de arte que participam da ocupação estão fazendo seus ensaios, oficinas e apresentações no local. Entre as propostas que estão sendo debatidas entre os trabalhadores está a de ocupar a Funarte permanentemente.
Reivindicações
A PEC 236 prevê a inclusão da cultura como direito social, assim como a educação, a saúde, a moradia, o trabalho, entre outros. Já a PEC 150 determina que 2% do orçamento da União seja destinado à Cultura, conforme orientação da ONU (Organização das Nações Unidas) no documento “Agenda 21 da Cultura”.
O orçamento do MinC previsto para 2011 era de R$ 2,2 bilhões (0,2% do total), mas com os cortes do governo federal caiu para R$ 800 milhões (0,06%). “Os cortes congelaram uma série de editais lançados no início do ano e paralisou o trabalho do ministério. É como se o salário dos que trabalham com arte tivesse sido cortado”, disse Carvalho.





Lei Rouanet

A categoria critica a Lei Rouanet, que prevê isenções fiscais a empresas que investirem em cultura --mecanismo semelhante ao utilizado pela Prefeitura de São Paulo para deixar de recolher R$ 420 milhões em impostos do Corinthians na construção do Itaquerão para a Copa do Mundo. Segundo a categoria, a lei privatiza o financiamento da cultura, ao permitir que as empresas, e não o Estado, decida o destino do dinheiro público da isenção fiscal.

"É esse discurso que confunde política para agricultura com dinheiro para o agronegócio; educação pública com transferência de recursos públicos para faculdades privadas; incentivo à cultura com Imposto de Renda doado para o marketing, servindo a propaganda de grandes corporações. Por meio da renúncia fiscal --em leis como a Lei Rouanet-- os governos transferiram a administração de dinheiro público destinado à produção cultural para as mãos das empresas", afirma categoria em manifesto que circulou na web.

Como contrapartida à Lei Rouanet, os trabalhadores da arte defendem a aprovação, no Congresso, do Prêmio de Teatro Brasileiro, uma lei que prevê a criação de editais para financiamento público de projetos artísticos, nos moldes da lei municipal de Fomento ao Teatro, aprovada em 2002 na capital paulista. “São editais com regras claras, transparentes, com seleção e distribuição dos recursos públicos de forma democrática”, diz Luciano Carvalho.

O ato começou na avenida São João, que fica embaixo do elevado Costa e Silva, em frente a um casarão abandonado conhecido como "Castelinho". De lá, os manifestantes seguiram até a Funarte, que fica na alameda Nothmann. Segundo os grupos que integram a mobilização, o protesto foi organizado após uma série de plenárias. A convocação foi feita via redes sociais da web, como o Twitter, onde os apoiadores propagandearam o evento com a hashtag #CulturaJa.

Por meio de sua assessoria de imprensa, o MinC afirmou que está aberto ao diálogo com a categoria e disse que está esperando que os manifestantes enviem à pasta a lista de reivindicações para se posicionar. De acordo com Luciano Carvalho, as reivindicações da categoria estão no manifesto divulgado na internet.