segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sobre o blog....

Lembro que meu desejo em relação a este blog não é o de fazer criticas, isso já faço no meu trabalho. Não é o de interpretar o mundo, isso já faço no meu trabalho. Não é o de me sentir livre, isso já faço no meu trabalho. O http://diariodosanjos.blogspot.com.br/ é apenas um diário do trabalho. Pra conviver com a sina de todo artista de só ser lembrado Velho ou Morto!




sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Diário de Guaramiranga

Chegada em fortaleza. conhecemos os amigos de trabalho, Rafael e Odalton do Grupo Teatro em Película.
Infelizmente não deu para ficar e ver os trabalhos do grupo, mas, deu pra sentir pelo papo que essa idéia de cinema e teatro pode mexer muito com a cena e o ator. Estão convidadíssimos a vir a Natal e apresentar na sede do Facetas. Aí galera do Circuito Ribeira e Cena Aberta Nordeste, vamos trazer essa galera! Galera que tem muito a ver com a cena artística da cidade.



Só deu para assistir o espetáculo "Sebastião" de Fábio vidal. Um trabalho que envolve pela simplicidade, feito com muito carinho, onde é perceptível ver características na cena do ator criador, a funcionalidade dos elementos cênicos, o signo presente na criação do ator contemporâneo, e a propriedade do discurso. Foi ótimo ver esse ator encenador em cena, me deu uma estigada grande! Espero ver logo|O Sebastião em nossa cidade.






A montagem da Lição foi um pouco complicada. O teatro de Guaramiranga precisa melhorar em alguns aspectos principalmente na acústica, mas, o atraso se deu pela inexperiência do espetáculo em outros teatros.


O espetáculo aconteceu! Estavamos ansiosos demais, normal, fiquei feliz com a apresentação, acredito que fizemos o velho feijão com arroz, foi muito difícil fazer a manutenção do espetáculo para Guaramiranga, o elenco teve outros trabalhos para dar conta... Mas, acredito que o que fizemos foi com muito carinho e esforço e muitas pessoas elogiaram o espetáculo. Acho que há uma identificação com o público que busca e se prende por imagens e sensações e com o artista que busca desconforto e risco.



Parabéms pela Coragem!

Tivemos um bom debate com os debatedores do festival. Apesar das criticas incompreensivas que defendem a estagnação do teatro no que ele “era pra ser” e não no “que ele é” (Um altar para a genialidade dramatúrgica de Ionesco e o esvaziamento do Teatro do Absurdo). A exposição do nosso processo ajudou os debatedores a criticar de forma construtiva a nossa encenação e a estimular a resolver suas contradições.





Debatedores: Sávio Araújo, Eliane Lisboa e Sonia Rangel

Claro que assim como o formato competitivo dos festivais é incoerente com o que se compreende como obra de arte, e por isso vem sendo extinto. O formato hierárquico do debate deve seguir o mesmo caminho. É preciso colocar o espectador dentro da roda de discussão de forma horizontalizada, de forma a compreender que não estamos atras de fazer teatro X ou Y queremos fazer teatro! O espectador não é um técnico, mas, nó tambem não queremos fazer técnicas. O seculo 21 começou! O autor e sua linguagem, são caminhos desejos e escolhas que se fazem ou não, independente do que se quer dizer! Pois há uma contradição impregnada no próprio conceito do que é teatro, a palavra contradição está presente nos nossos (artistas) processos e discussões, está em quem criou e está em quem cria e isso deve vir à tona e ser investigado como algo a se trabalhar no seu conteudo pedagógico.


Percebendo o processo conturbado de montagem do espetáculo “A Lição” e sua pequena temporada que logo resultou em uma apresentação em um dos festivais mais importantes do país o espetáculo tem que se voltar ao ponto base do processo, melhorar o seu discurso no que diz respeito ao  que se quer que o espectador sinta e a propriedade do elenco sobre a encenação como um todo. Agora é hora do “espetáculo em processo” técnica inevitável ao Ato Criativo na cena contemporânea.

Obrigado ao Festival de Guaramiranga, Técnicos do Teatro, Produtores, Debatedores e aos amigos que dividem a difícil arte de se fazer teatro!

Uma imagem para pensar em contradição e arte:






Um Corajoso!

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Parado de ônibus

Exércicio da oficina de Microdoc oferececida pelo Ponto de Cultura Rebuliço projeto do http://facetasmutretas.blogspot.com.br/ e ministrada por Buca Dantas e Mathieu Duvinhou.

Apesar desse video fugir um pouco do conceito de Microdoc foi um exércicio muito instigante. Sai na rua com uma câmera e uma ideia, em minutos o video estava pronto.
O objetivo foi questionar como aproveitamos o nosso tempo. O que você esta fazendo com o seu? Será que estou vivendo? Por quê reclamo tanto do tempo?

Assista o video no Youtub http://www.youtube.com/watch?v=gUDVKoaSiC8&feature=plcp



Diário Dos Anjos: Estamos em Guaramiganga (CE)

Diário Dos Anjos: Estamos em Guaramiganga (CE)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Você Tem Algo a Dizer?

Depoimento Pessoal para a construção do espetáculo A Lição de Eugene Ionesco. Grupo Elas
assista o video no youtube: http://youtu.be/KtyAYHnp0hE

Conheci a técnica de Depoimento Pessoal através das oficinas de teatro ministradas por Fernando Yamamoto no Centro Experimental de Teatro (hoje Fechado por incompetência da Fundação José Augusto) Essa técnica surgiu para Fernando nos processos de criação do Teatro da Vertigem, grupo paulista que surgiu em 1992 e usa das memórias, desejos, e repertórios dos atores para extrair suas cenas. Na oficina (Fernando) o ator tinha que criar e ter propriedade de todos os elementos cênicos, dramaturgia, luz, som, figurino e principalmente um “discurso” esse trabalho me mostrou uma conexão do “ator solitário” (com suas memórias e desejos presos) com o mundo externo, o tornando um “ator criador”. Em 2007 tive oportunidade de conhecer um pouco mais sobre essa “matéria” de autoria do ator na oficina “O Ator Criador” ministrada pelo prof. Dr. Marcos Bulões, onde a técnica foi usada associada com a linguagem da Performance Art mais na criação de personagens do que na Dramaturgia ou na criação de cenas. Os depoimentos aconteciam em circulo e eram colocados a improvisação, você tinha a sensação de criar e em seguida viver uma situação angustiante diante outras criações. Descobrimos a “ilha de desordem”.

Infelizmente ainda não tive a oportunidade de conhecer a técnica dentro do Teatro da Vertigem. Com certeza esses caminhos para mim, a Vertigem, e até os que antecederam a técnica são cheios de bifurcações e contradições, mas, desde que descobri que poderia colocar meus desejos em cena durante a construção de um processo comecei a ver a arte do teatro de outra forma, mergulhei na Performance!, Até então tinha uma visão mercadológica do ator como uma folha em branco um boneco de argila alguém que você diz vai, vem, alguém fraco para criar, que só ouve, sem partido, religião ou orientação sexual. E entre mentiras e verdades existe muito mito nisso tudo. A idéia de um ser humano sem informações dentro de si é uma mentira e nossa sociedade vive para castrar nossos “depoimentos pessoais”, todos nós temos muito para falar diretores, atores e espectadores. Sempre senti meu corpo ardente.

Nos processos de criação de alguns trabalhos que tive a oportunidade de participar percebi certa dificuldade em usar desse material do ator quanto opção estética. Geralmente uma barreira estética existente na direção. Em http://sonhodesteven.blogspot.com.br/ com o grupo Facetas optamos por trazer esses worshops quase que como foi apresentado a primeira vez.

Em geral essas cenas ficam no processo, na construção de personagem, nos diários de ator... Apesar de alguns wokshops serem melhores que as próprias peças. Ainda deve ter muita aposta e pesquisa nessa técnica pois se tornou um elemento contemporâneo, transgressor e a primeira pancada é na dramaturgia. Quando conheci meus depoimentos pessoais comecei também a trabalhar com Performance e descobri que o discurso dessa técnica estava impregnado no Performer e a necessidade de vomitar nossas idéias em porções nós acompanha desde o inicio do século. Par mim a Performance, o Depoimento Pessoal e a Manipulação dos Elementos Cenicos são “disciplinas básicas” na construção coletiva e nos processos que usam o Ator Criador.

Na Cozinha Com Milacria. Só Comedia!